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Desnovelo é um livro que pergunta. Por que esconder de uma filha as suas origens? Por que privar uma criança das suas verdades, das histórias que a antecederam, que fazem dela quem ela é? E se tivesse sido de outro jeito? Questiona-se Renata, a narradora protagonista, logo nas primeiras páginas. É também no início que ela nos diz que, como um relógio, sente que está dando voltas e "passando pelos mesmos lugares tantas e tantas vezes." Assim, temos duas marcas da jornada transformadora contada aqui. A primeira é ser uma história que se move pelas interrogações, perguntas que se repetem, mas nunca são as mesmas: elas se aprofundam à medida que o enredo caminha. A outra é trata...
"Raising the Living Dead is a new history of Puerto Rico's carceral rehabilitation system in the middle decades of the twentieth century that brings to life the interactions of incarcerated people, their wider social networks, and health care professionals. The book addresses key issues in the history of prisons and the histories of medicine and belief, including how prisoners' different racial, class, and cultural identities shaped their incarceration and how professionals living in a colonial society dealt with the challenge of rehabilitating prisoners for citizenship. The main idea of the book is that, in the region, multiple communities of care came together both inside and outside of pr...
Os 17 contos do livro Reminiscências caracterizam-se por reunir personagens ligados pelo mesmo aspecto: a solidão demasiadamente humana do existir. São vozes que lembram e reclamam, mais do que a vivência passada, à procura incessante da experiência do viver. Em cada texto um ritmo rápido, cortes que sugerem imagens em um jogo de linguagem denso e seco, às vezes, talhado pelo lirismo; quase sempre, de negação a qualquer poética. Linguagem que requer uma sintaxe precisa, um enxugamento das palavras. É com essa linguagem eficiente e descarnada, que estes contos impõem-se, de fato, quanto menos se narra, mais força terá o texto. Este livro dialoga com outras narrativas de prosa u...
Roteiros para uma vida curta – que foi Menção Honrosa no Prêmio SESC de Literatura em 2014 – reúne 25 textos de diferentes momentos da trajetória da escritora e jornalista paulistana Cristina Judar. A liberdade de criação e o mergulho na vertigem da linguagem são algumas das características da literatura de Cristina, que se fazem presentes em textos que habitam o limiar entre prosa e poesia, o diálogo, o esboço e, porque não, o roteiro, criados a partir de vários estímulos, como fotos anônimas antigas, um disco inteiro, um trecho de conversa que escapou da janela do apartamento vizinho, um filme, entre outros. A sonoridade das palavras também é algo recorrente nos textos...
Interrompidos, estreia literária de Alê Motta, são como faca furando a pele. Coisa de minuto, o tempo exato de nos afundarmos na leitura e, pronto, já saímos deles doloridos de humanidade. São dezenas de narrativas curtíssimas nas quais a marca (e a cicatriz) da maldade se espraia, galvanizando as tramas aparentemente singelas. Os relatos, dominados pela primeira pessoa, são de súbito interrompidos, como o título da obra anuncia, não por outro motivo senão a ação, nefasta (ou piedosa?) da mão humana. Nada de deuses, entidades angelicais, altas esferas. Apenas vidas prosaicas, espíritos mundanos, rodapés da sociedade. Alê Motta mantém o leitor em controlada suspeição, imp...
As histórias mais absurdas de Desamparo são verdadeiras. O resto é ficção. Antes de passar pelos labirintos da imaginação do autor, porém, a biografia do interior paulista foi pesquisada através de trabalho jornalístico que buscou as origens do povoamento do noroeste paulista. Entre figuras históricos como o matador dândi Dioguinho e a ama de leite de Dom Pedro II, Maria Capa Negra, um sábio ancião que envelheceu até virar árvore, um padre milagreiro que serve de poleiro aos pássaros e uma nativa insaciável que sonha em devorar o sol, nos deparamos com uma pequena biografia do nosso povo, uma fábula sobre o caminho que nos trouxe ao violento país que somos hoje, personage...
"Estamos nas cabeças de três personagens. São três filhos, mas são menos filhos que irmãos e são menos irmãos que pessoas e são um completo abandono, mas ainda não sabem. Na aridez de fato e naquela identitária, ouvimos o que nos contam Mosquito, Rita e Mirna. Em comum, a mesma mãe bêbada, castigada e louca que tem como descanso o amor do pai dos seus filhos que lhe ampara com o perdão eterno diante dos vexames ou dos escapismos como reação à brutalidade do nada que é a vida naquela esquina apagada do mundo. A leitura é rápida, menos pelo conciso número de páginas, mas pelo ritmo que me faz pensar numa corrida ladeira abaixo, sem freio, até uma queda ou até a cara bat...
Depois Será Tarde adverte: a morte está aí nos seus calcanhares. Nestes 15 contos perturbadores, Luciana Annunziata capta o instante em que a vida cotidiana, acossada pela entropia implacável, descamba pelas pirambeiras da Ceifadora. "A vida é sempre um processo de demolição, mas os golpes que fazem a parte dramática do trabalho não mostram de imediato todo efeito. Há um tipo de golpe que vem de dentro, e não o sentimos até ser tarde demais: sua percepção vem de um momento para o outro", falou, mais ou menos assim, Scott Fitzgerald. É o golpe pressentido em "A estação das moscas", em que a narradora, abandonada aos poucos pelo marido, que prefere a companhia de literatura ru...
O título deste belo romance pode induzir o leitor a esperar uma narrativa sobre os ofícios do Candomblé e a magia do Brasil profundo, com as suas frustrações e esperanças. Mas, o tema predominante, ou fundador deste livro é a invasão nazista na Holanda, suas consequências sociais e econômicas, seus efeitos morais (deformação de caráter) e o viés político (resistência). A Segunda Guerra tem sido motivo de ensaios eloquentes, e duma ficção trágica, mas isso não intimidou Decio Zylbersztajn ao eleger o seu ângulo de visão com nitidez, poesia e verdade, dando temperamento e voz a vítimas anônimas da catástrofe. Nada como o cenário destrutivo da guerra para moldar a éti...
"O que Paula Picarelli faz neste livro é um prodígio. Tudo o que é narrado aconteceu de verdade. Para não ser processada, se viu obrigada a romancear os acontecimentos, mudou nomes, misturou uma cena verídica a outra e assim construiu um romance potente, com o equilíbrio e o controle de uma escritora talentosa e experiente. É um livro sobre a manipulação psicológica que as seitas religiosas exercem sobre os fiéis, alguns deles tão brilhantes quanto a autora. Mas é sobretudo a história de como a inteligência pode nos salvar do fanatismo. Uma obra fundamental." Roberto Taddei